A primeira semana de volta às aulas presenciais nas escolas municipais de Sidrolândia, para os alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, foi marcada pelo acolhimento cultural que ajudou a aliviar a ansiedade, após 18 meses de ensino remoto. Foi também uma oportunidade para reencontrar os amigos. Na segunda-feira (9), será a vez da segunda turma do 6º ao 9⁰ ano e da primeira turma do 1⁰ ao 5⁰, além da pré-escola.
“Um misto de alegria e ansiedade”, estas foram as palavras de vários estudantes da Rede Municipal de Ensino do município, sobre a primeira semana de aulas, no sistema híbrido. Após tanto tempo fora da sala de aula, muitos estudantes relatam que enfrentaram dificuldades para aprender alguns conteúdos das diferentes disciplinas.
A aluna do sexto ano da Escola Municipal Natália Moraes de Oliveira, Crislaine de 13 anos, conta que agora é só alegria. “Em casa eu não consegui aprender muita coisa, meus pais não conseguiam me ajudar e eu ia me virando. Fiquei muito feliz em saber que as aulas presenciais voltariam, porque aqui o professor consegue me ajudar e ainda posso ver meus amigos”, disse.
Para a mãe do aluno Talisson de 12 anos, do sétimo ano da Escola Municipal Olinda Brito de Souza, Vanessa Aparecida de 38 anos, a volta às aulas, com o ensino híbrido, foi um alívio. “Na escola eles aprendem. Em casa, eu não conseguia ajudar meu filho, porque eu trabalho e havia tarefas que eu não entendia, é terrível”, desabafou.
A estudante Ana Carolina, de 11 anos, do sexto ano da Escola Municipal Porfiria Lopes do Nascimento, revelou a ansiedade para o início das aulas. “Foi muito difícil estudar só em casa, meus pais tinham que me ajudar muito, sem eles eu não conseguia aprender nada. Confesso que tive várias crises de ansiedade, mas depois eu me acostumei. Fiquei muito feliz pela acolhida que fizeram para nós, gostei de ter visto a prefeita”, revelou ainda que em sua sala, nesta primeira semana, compareceram apenas cinco alunos.
“Nós não emprestamos materiais, não tocamos na mão do colega e, sempre que saímos da sala, passamos álcool em gel, estamos nos protegendo. Agora, aprenderei tudo que não aprendi”, concluiu.
Em 2020, no ensino remoto, os alunos contavam com atividades pedagógicas complementares impressas, que deveriam ser retiradas na unidade escolar e entregues, de forma presencial, pelos pais ou responsável. No entanto, muitos diretores escolares relataram a falta de compromisso, dos pais ou responsáveis, com a rede de ensino. Atuando há 22 anos na Escola Porfiria, a professora de Língua Portuguesa, Irene Albuquerque, conta que chegou a levar as atividades impressas nas casas dos seus alunos, mas eles não devolviam concluídas, devido a dificuldade em fazer sem a orientação dos professores.
“Muitos alunos da rede municipal não têm acesso à internet, pensando nesta realidade, nós elaboramos as atividades impressas, porém, muitos pais não buscavam. Eu, inclusive, cheguei a levar a atividade na casa de alguns alunos, mas eles não devolviam, porque não conseguiam fazer sem a orientação dos professores. Agora, com o retorno das aulas presenciais, os alunos estão com muita expectativa, se dedicando”, ainda de acordo com ela, cada sala da Escola Porfiria tem, no máximo, em torno de 12 alunos, garantindo mais qualidade nas aulas.
“Está sendo muito bom e proveitoso, estamos mostrando a importância de seguir as normas de biossegurança para que não haja contaminação. A nossa preocupação é com a aprendizagem deles, como temos poucos alunos nas salas, vamos ter muito mais qualidade na aprendizagem”. Nos ambientes escolares, há vários cartazes que orientam, de forma ilustrada, sobre os cuidados que devem ter para a prevenção da covid-19.
Conforme o diretor da Escola Porfiria, Jorge Vicente de Souza Ferreira, os alunos estão respeitando os protocolos de biossegurança. "Nesta semana, nós acolhemos os alunos e estamos esperançosos neste novo modo de ensino. Todos os professores estão motivados e entusiasmados a darem o seu melhor para recuperar a aprendizagem dos estudantes. De forma geral, foi uma semana bem tranquila, os alunos estão bem participativos", disse.
A Prefeitura de Sidrolândia, através da Secretaria de Educação, há tempos já estava se preparando para adotar o regime híbrido e seguirá rigorosamente as normas estabelecidas pelas autoridades e órgãos sanitários.
Toda equipe da Educação está capacitada e os professores estão compromissados em recuperar a aprendizagem dos estudantes que não conseguiram se desenvolver no sistema remoto.