A Secretaria Municipal de Saúde Pública (SEMSP) realizou nesta manhã (19), na Clínica da Família, a avaliação oftalmológica com nove alunos da escola Pedro Aleixo, que já haviam passado por triagem no mutirão de oftalmologia realizado no dia 25 de outubro. Os alunos que foram diagnosticados com inconformidades na visão vão receber os óculos doados pela Prefeitura, em data ainda a ser definida.
Ariel Rosa, pai do aluno Guilherme Avelino, de oito anos de idade, ficou surpreso quando soube que o filho passaria pela avaliação oftalmológica após a triagem realizada na escola. Ele conta que a ação é importante porque, até então, nunca tinha percebido que o filho tinha dificuldade na visão e devido à falta de tempo, por causa do trabalho, e condições financeiras, não tinha como levar o filho ao especialista, muito menos adquirir os óculos.
Como conta Patrícia dos Santos, mãe da aluna Ana Karoline, 10 anos de idade, a filha já tinha se queixado de irritação e coceira nos olhos. Patrícia, que está desempregada, não têm condições financeiras para comprar os óculos que a filha precisa usar. Para ela, a iniciativa é uma ajuda satisfatória. “Têm pais que não podem comprar os óculos, ainda mais nesse tempo de pandemia que o custo de vida está muito alto”, relatou.
Quem também vai ser contemplada com os óculos é Amanda Gusmão, de 10 anos de idade. Conforme a mãe, Edimara Silva, a aluna já havia reclamado de dores de cabeça ao assistir televisão e também para escrever. Edimara, que trabalha na fabricação de salgados, relata que não pôde levar a filha até o profissional devido as condições financeiras do momento. “Isso vai nos ajudar muito, agora ela vai conseguir se desenvolver mais na escola e no dia a dia também, porque com certeza a gente não teria no momento condições de comprar os óculos agora”, informou a mãe.
Desempenho do aluno fica prejudicado por não enxergar bem
O baixo rendimento em sala de aula muitas vezes está relacionado a algum problema de visão e o estudante, pais e professores muitas vezes nem se dão conta disso. E, quanto menor a idade desse aluno, maior é a dificuldade para identificar essa deficiência porque a criança não sabe avaliar que enxerga mal.
Detectar e corrigir esse problema já na fase pré-escolar pode ser crucial já que é nessa faixa etária, em geral até os 7 anos, que os nossos olhos permanecem em desenvolvimento. Por isso, cabe aos pais e professores ficarem atentos aos sintomas que a criança pode apresentar.
A estimativa do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) é que de 3% a 10% das crianças de 7 a 10 anos do país precisam usar óculos. Na infância, são mais frequentes os vícios de refração: miopia (dificuldade em enxergar de longe), astigmatismo (apresenta visão distorcida tanto de perto quanto de longe) e hipermetropia (dificuldade em enxergar de perto).